👉 VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM TRANSTORNO DE PICA?

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🌟 Introdução

Você já observou uma criança que insiste em colocar papel, lápis ou até pedrinhas na boca? Isso pode parecer uma simples curiosidade, mas em alguns casos pode indicar o Transtorno de Pica, um distúrbio alimentar e comportamental que exige atenção especial.

O Pica não é apenas um hábito ou mania. Ele pode estar associado a deficiências nutricionais, questões emocionais ou outros transtornos do desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a Síndrome de Down.

Neste artigo, vamos explorar um dossiê completo sobre o Transtorno de Pica, abordando:

O que é e de onde vem o nome.
Como ele se manifesta em sala de aula.
Os riscos que pode trazer.
Associações com outras condições.
Quais profissionais procurar.
Sugestões de atividades pedagógicas.
Como escrever relatórios individuais sem rotular a criança.

📌 O QUE É O TRANSTORNO DE PICA?

O Transtorno de Pica é caracterizado pela ingestão persistente de substâncias que não são alimento. A criança pode colocar na boca e até engolir:

Papel.
Lápis ou borrachas.
Massinha.
Cabelo.
Terra.
Sabão.
Tecidos.
Pedrinhas.

É importante lembrar que nos primeiros anos de vida as crianças exploram o mundo com a boca — mas, no Pica, esse comportamento vai além da curiosidade: é repetitivo, persistente e prejudicial à saúde.

📌 O NOME CIENTÍFICO UTILIZADO POR PROFISSIONAIS

No meio clínico, o termo oficial é Pica.

No DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), ele aparece como Transtorno de Pica, dentro da categoria de Transtornos Alimentares e de Ingestão de Substâncias Não Nutritivas.
Na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), está classificado como F98.3 – Transtorno de Pica da Infância e Adolescência.

Esses códigos são usados por psicólogos, médicos e nutricionistas em relatórios técnicos, laudos e encaminhamentos.

📌 O QUE O TRANSTORNO DE PICA PODE CAUSAR

Ignorar os sinais pode trazer consequências sérias:

- Obstruções intestinais – risco de engasgo ou bloqueio do aparelho digestivo.
- Intoxicações – por ingestão de tintas, sabonetes ou produtos químicos.
- Infecções gastrointestinais – ao ingerir terra, poeira ou objetos contaminados.
- Deficiências nutricionais – quando a criança substitui a alimentação por objetos.
- Problemas dentários – por mastigar objetos duros como lápis.
- Dificuldades emocionais e sociais – risco de exclusão ou bullying se o comportamento for exposto na turma.

📌 ASSOCIAÇÕES COM OUTROS TRANSTORNOS

O Transtorno de Pica muitas vezes não aparece sozinho. Ele pode estar associado a outras condições:

🔹 TEA – Transtorno do Espectro Autista

Crianças autistas podem apresentar busca por estímulos sensoriais orais ou comportamentos repetitivos. O Pica pode ser uma dessas formas de exploração.

🔹 Síndrome de Down

Pesquisas mostram maior incidência de Pica em pessoas com Síndrome de Down, podendo estar ligado a deficiências nutricionais (como anemia) e ao estilo exploratório típico do desenvolvimento cognitivo.

🔹 Deficiência Intelectual

O entendimento reduzido sobre o que é ou não alimento pode aumentar os episódios de Pica.

🔹 Transtornos de Ansiedade e Estresse

Em alguns casos, a ingestão de objetos funciona como uma forma de autorregulação emocional.

📌 SINAIS DO PICA NA ESCOLA

Na sala de aula, o professor pode observar:

Mastigar lápis, papel ou borracha.
Engolir pequenos objetos.
Mastigar massinha repetidamente.
Fazer isso em momentos de ansiedade ou desatenção.

Esses comportamentos, quando persistentes, são um sinal de alerta.

📌 O QUE O PROFESSOR DEVE FAZER

✅ Observar e registrar cada episódio.
✅ Comunicar à família de forma acolhedora, sem rótulos.
✅ Orientar acompanhamento profissional (pediatra, psicólogo, nutricionista).

📌 O QUE NÃO FAZER

❌ Ignorar o comportamento.
❌ Punir a criança.
❌ Expor diante da turma.

📌 PROFISSIONAIS QUE DEVEM SER PROCURADOS

Pediatra: avaliação clínica e exames de deficiências nutricionais.
Psicólogo infantil: intervenção comportamental e apoio emocional.
Nutricionista: ajustes na dieta e reposição de nutrientes.
Psicopedagogo: suporte na aprendizagem.
Fonoaudiólogo: em casos que envolvem funções orais.

📌 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PARA APOIO

Embora o tratamento seja clínico, a escola pode ajudar oferecendo atividades que redirecionem a exploração oral:

Massinha comestível caseira.
Oficinas com frutas e gelatinas.
Brincadeiras sensoriais seguras (areia cinética, argila, farinha colorida).
Jogos de relaxamento para ansiedade.
Cantinhos com objetos de texturas seguras.

📌 COMO ESCREVER NO RELATÓRIO ESCOLAR

No relatório, o professor deve descrever fatos observados, sem diagnóstico.

Exemplos:

✏️ “A criança apresenta comportamento de levar objetos não comestíveis à boca durante as atividades.”
✏️ “Em diferentes momentos, foi observado mastigar papéis e lápis.”
✏️ “Esse comportamento se repetiu em diversas ocasiões, sendo comunicada a família.”

Assim, o relatório mantém caráter pedagógico e ético.

📌 COMO APOIAR A FAMÍLIA

Explique de forma clara e carinhosa.
Reforce a importância do acompanhamento multiprofissional.
Indique atividades seguras para casa.
Valorize os progressos da criança.

📌 CONCLUSÃO

O Transtorno de Pica é um desafio, mas também uma oportunidade para aproximar escola e família no cuidado com a criança. Quanto antes identificado, maiores as chances de reduzir riscos e favorecer o desenvolvimento saudável.

Professores, com sua escuta atenta, podem ser a primeira chave para o diagnóstico precoce.

💜 “Observe com carinho: pequenos sinais podem fazer grande diferença.”

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